Novo Estudo Revela que o Bom Senso Não é Tão Comum Assim

28/02/2024 – Em uma pesquisa recente realizada pela Universidade da Pensilvânia, cientistas propõem um novo modelo para quantificar o bom senso, revelando variações significativas nas crenças comuns e o impacto da percepção social. Os resultados apontam para a singularidade das percepções de senso comum, sugerindo estudos globais futuros e aplicações em inteligência artificial.

Desde sempre, a sobrevivência e o desenvolvimento de comunidades complexas dependem do acúmulo e aplicação do conhecimento. O bom senso, ou seja, o entendimento compartilhado do que é considerado verdadeiro ou falso, desempenha um papel crucial em situações cotidianas. No entanto, apesar da prevalência do bom senso, não existe um consenso unânime sobre o que é verdadeiro ou falso coletivamente.

O estudo conduzido por Duncan Watts e Mark Whiting da Universidade da Pensilvânia introduz um marco teórico único para quantificar o bom senso, tanto individual quanto coletivamente. Eles desenvolveram uma maneira de avaliar o quanto as pessoas concordam sobre afirmações específicas e quão conscientes são sobre o consenso dessas afirmações.

Ao coletar uma vasta gama de 4.407 afirmações, variando de declarações filosóficas a verdades práticas, e tendo 2.046 pessoas avaliando essas afirmações, os pesquisadores aplicaram seu marco teórico para analisar a rede de concordâncias e encontrar padrões de crença comum. Surpreendentemente, fatores demográficos como idade, educação ou inclinação política não influenciaram significativamente o nível de bom senso de uma pessoa. No entanto, a percepção social, a habilidade de entender os pensamentos dos outros, correlacionou-se com uma maior “comunsensicalidade”.

O estudo destaca a singularidade individual das crenças de senso comum, mostrando que o acordo sobre o bom senso diminui significativamente em grupos maiores. Isso sugere que a ideia de bom senso de cada pessoa pode ser única, tornando o conceito menos comum do que se poderia esperar.

Dada a relevância do bom senso como conceito social, expandir essa pesquisa para uma escala global seria um próximo passo lógico, envolvendo o estudo do bom senso em diferentes culturas e sociedades para entender como ele varia e quais aspectos universais podem existir. Os pesquisadores também estão interessados em desenvolver métodos para medir e implementar o bom senso em sistemas de IA, o que poderia melhorar a compreensão da IA sobre contextos humanos e aprimorar suas capacidades de tomada de decisão.

Este estudo não apenas desafia nossa compreensão do bom senso mas também abre novas avenidas para explorar como podemos melhor medir e aplicar esses conceitos em tecnologias emergentes, como a inteligência artificial.


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